Fibromialgia e Dor Crônica – o papel da Psicologia no tratamento
7 de maio de 2024Débora Cristina Sanches
CRP 08/17691
O dia 12 de maio é considerado o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia. Trata-se de uma síndrome marcada por dores generalizadas e crônicas. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a Fibromialgia – um tipo de dor crônica generalizada – atinge 2,5% da população mundial, sendo mais frequente em mulheres, entre 30 e 50 anos de idade.
A Fibromialgia não tem cura (mas tem controle), e sua causa não é bem definida. O diagnóstico é clínico e visa obter uma análise multifatorial dos dados do paciente, como história de vida, sintomas atuais e comorbidades. Não existem, até o momento, exames específicos, mas sim complementares. Há a hipótese de que estresse e história de traumas alterem a percepção e a sensação de dor nas pessoas diagnosticadas.
Os impactos de conviver com um quadro de dor crônica variam desde as limitações referentes à mobilidade e qualidade de vida dos pacientes, podendo também contribuir com o aparecimento de sintomas emocionais, dificuldades de concentração, alterações no humor, sintomas depressivos e ansiosos, fadiga e alterações no padrão de sono, prejudicando por vezes a autonomia e a vida social.
Além das dificuldades ligadas à própria experiência de dor, é comum relatos de vivências desafiadoras em relação a emoções e sentimentos. Medo da dor, vergonha de expressar repetidamente como está se sentindo, culpa, evitações, tentativas de controle, e falta de compreensão social do quadro, somam-se a dor física. Cada um de nós faz associações sobre o que é sentir dor, como é vivenciar essa experiência, criando muitas vezes cenários comparativos, e além de descrever a dor, temos a capacidade de julgá-la como extremamente desagradável, ou como determinante de um futuro difícil, por exemplo.
O acompanhamento médico é parte importante para controle das dores e das comorbidades clínicas e psiquiátricas, mas o cuidado é INTERDISCIPLINAR, com necessidade de apoio psicológico, fisioterápico e de educação física, visando a melhor qualidade de vida aos pacientes. O acompanhamento psicológico é parte fundamental do tratamento, oferecendo um melhor suporte para o paciente, promovendo controle dos fatores estressores, um melhor lidar com os gatilhos que disparam as crises de dor, melhorando a percepção individual que o paciente tem da dor, o que tende a diminuir a recidiva de novas crises agudas de dor ao longo do tratamento.
O psicólogo irá avaliar e intervir de maneira individualizada, compreendendo que para além do diagnóstico de dor crônica, há uma pessoa buscando vivenciar essa condição da melhor maneira possível. Devem ser considerados aspectos da história de vida, diagnósticos comórbidos e sinais e sintomas em saúde mental, buscando uma compreensão abrangente.
Além disso, a psicoterapia auxilia no desenvolvimento de habilidades que ajudem o paciente a não se limitar diante do diagnóstico desafiador, melhorando o manejo e a compreensão do quadro, e de suas percepções e possibilidades. O trabalho com as emoções, pensamentos, comportamentos e interpretações de cada paciente será importante para o acompanhamento psicológico efetivo, além do acolhimento, da validação, e da escuta empática, elementos fundamentais da psicoterapia.
Contribuir para identificar o que é valoroso para o paciente e construir juntos um repertório voltado para ações comprometidas, que visam colocar o paciente como protagonista de sua vida, este pode ser um caminho desafiador, mas que tem como objetivo ir em direção ao que é importante, apesar dos desafios. Profissionais capacitados podem agregar muito na jornada de pessoas que convivem com a dor crônica.
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